segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Falando muito e não dizendo nada

Anurus dentadus


Sobre os desenhos, enfim:

Como eu sou um cara viciado em informações (quase todas de caráter inútil, admito), minha cabeça é um playground (não de coisas infernais e pecaminosas, não falo isso como falaria um cristão).Acredito que não só a minha, mas de milhares de pessoas que andam por aí com leves sensações de sufocamento. Sem se estender naquelas bobagens sobre mídias, vocês sabem do que eu estou falando, afinal!

Talvez o desenho seja a maneira de externizar isso. Não que pense no desenho como algo que transcende o espírito ou que as imagens vagam pelo universo, naquela idéia de Platão.

Dentro de seu processo ele é acima de tudo, extremente racional. Mesmo que as formas começem a surgir na mente em imagens incertaz, depois na folha como uma alucinação, existe o formalismo e a obrigação da virtuose, do perfeccionismo. Faço o mesmo desenho pelo menos umas três vezes, até que fique satisfeito com seus resultados. O que demanda uma grande quantia de tempo.

No caso desse desenho que está lá no topo deste post uso-o para ilustrar um exemplo de como mais ou menos funciona.

Hum... minha idéia era desenhar uma espécie de sapo que tivesse dentes e fosse aparentemente frágil. Partindo do princípio que ele deveria ter uma característica física HUMANÓIDE por ser personagem de uma pequena histórinha para o meu trabalho de conclusão (que é uma reunião de pequenas histórinhas em prol de um "bem maior") onde ele, macho, seria um parasita da sua fêmea, agarraria-se em seu corpo, por ser menor e mais frágil.

Com suas características humanóides, mãos e braços, eles seriam extintos graças a ignorância de um povo perdido do tempo que os atacava, por medo, rotulando-os como pequenos demônios. Esse é o resumo.

Fiz ele sendo agredido graças a minha inata sede de destruição e sangue (brincadeira).
Por que fazia parte do contexto de sua existência sofrer (Oh!!). Ao mesmo tempo queria mostrar o quanto era frágil diante de uma mão humana. Sentei no chão com a folha sobre as pernas e usei a minha mão como modelo (minhas unhas não são assim!). Para dar realismo ao movimento, passei o tempo todo apertando um sapo (brincadeira). Apertei um estojo de couro vazio.

Usurfruí das dobras do estojo sobre pressão e o resto foi muito simples, só fazer sombra e criar uma expressão de "Ai meu Deus!" no sapo (eu sei que sapos não possuem dentes).

Um comentário:

Unknown disse...

Mesmo que tenha sido um estojo de couro, sei muito bem da tua mania de caçar sapos quando teu nível etílico está elevado. hehehe