quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Fauna Anomilus, filo Anthophyta




Achei uma batata podre, não totalmente podre, mas propícia a servir de moradia para fungos, naquele estado em que começa a murchar e temos a impressão de que apertá-la resultará em líquidos fétidos escorrendo pelas mãos. Tinha também, nessa batata, pequenos galhos brotando e alguns furos que pareciam com olhos.

Pois então, lá estava eu sentado à mesa da cozinha contemplando a batata, com vontade de desenhá-la. Sim, nesse estado de espírito em que as coisas fluem e um desenho simples pode vir a ser algo maior, desde que o dono da mão que traça saiba tirar proveito da situação. Enfim, qualquer coisa pode ser um bom desenho, o importante é o universo por trás dessa criação.

O fim do parágrafo anterior ficou com uma leve impressão de parecer hermético, mas minha referência ao "universo da criação" basicamente se define em um contexto, ou então um conceito, uma pequena história.

No caso desse desenho há uma grande história que foi surgindo, um pequeno conto sobre um Dr. de viagem para uma ilha que não existe. Isso é uma parte do meu trabalho de coclusão da faculdade. Em si, é bem complexo e confuzo, porém parte das coisas se encaixam e ele começa a fazer algum sentido. Basicamente ilustrei uma narrativa de uma viagem, onde esse estudioso (o narrador) nos conta sobre a cultura dos habitantes de uma pequena ilha chamada Jilbânia, no arquipélago Galápagos. Essa planta seria o hospedeiro, esses pequenos animais que saem seriam os parasitas e essa salamandra de seis patas, o predador natural.

Esse pequeno parasita foi chamado de "escorpião cego sem cauda do pântano" e ele seria então "cultivado", criado em cativeiro pelos habitantes e depois teriam sua cabeça e membros amputados e seria vendido em pequenas caixas em formato de coração (música do Nirvana)sendo uma cara iguaria das Galápagos, cujo costume fazia com que os afortunados presenteassem seu par para um prazer maior durante a cópula, graças ao sabor imensurável desse bicho.

Claro que, é só um resumo da história toda, mas basicamente é isso.

Bem, a Jilbânia, local que não existe logicamente, era uma piada antiga, mais de oito anos se passaram desde que nós conhecemos essa ilha, e criamos uma bandeira, fauna e flora e até uma língua local. A única palavra que eu recordo com exatidão é "bujubá", onde a primeira sílaba é pronunciada com um U quase mudo e o J mais ou menos como DJ. Essa palavra, dependendo como usada, poderia ser tanto um palvrão como uma exaltação de algo bom. Sabe, a lembrança da Jilbânia me incomoda um pouco atualmente, visto que o cara que nomeou esse país, um dos meus poucos camaradas da época do ensino médio suicidou-se algumas semanas atrás.

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